7 de out. de 2011

Nem não sempre se percebe,
Como as coisas se dão
Ou o que se dá nas pessoas!

É difícil viver sob o signo das coisas e diante das normas dos homens...

Quase nunca sempre percebo,
Que as coisas me dão
Algo de todas as pessoas!

É mais fácil lidar com as coisas do que com as instituições humanas...

Há homens que falam de coisas.
E há coisas que falam de gente.

As coisas falam de coisas...?
As pessoas falam da gente...?

A gente imagina as coisas ou as coisas imaginam agentes?!?

27 de set. de 2011

(Para Dodô e todos aqueles que sabem o que é perder um ente querido.)

Novo poema

Nova página em nossas tripas
Todo verso é um parto das vísceras
É fácil escrever e expor os órgãos dos outros
Mas quando os tecidos são egóicos
Fica difícil desvencilhar

Belo estratagema
Outras penas em nossas línguas
Em todos os corpos têm uma íngua
É ruim espremer as glândulas dos mortos
E se esses cadáveres são estóicos
Bem mais fácil revelar

Feito cinema
Pouco acontece em nossas vidas
Vivemos os encontros e há despedidas
Ficções na entrada e documentários na saída
(sem focus...)

Sendo amáveis ou heróicos
É bacana de narrar

.

26 de set. de 2011

Fragmento de mim.
Morro frágil.
Poderia escrever um cio num conto de nós; e serias bela e promíscua como és de fato!
Mas preferes a predileção dos poucos que te comem e te idolatram como musa gay...
Sim, gostas de ser do desejo capenga e volátil dos que te esquecem.

Esqueço que me esqueces.

Pare de chorar como puta que cora na frente do SUS sem atendimento para cólica e me esqueça. – sonhei contigo chorando – [Chamei (duas vezes) minha cônjuge por teu nome.
Chorei pelas falhas de meus olhos que lacrimejam (inabsurdamentelacrimejaram) sem mandato...].
Toquei um amor e este estava podre. Ele {o amor} correu para o céu e eu estava pobre.
Minha voz se amofina e eu fico quieto; grito rouco: não vamos nos ver nunca mais...

24 de ago. de 2011

(Para Dani)
Tal bela escaramuça em nossos corpos,
Silenciou esta porfia no meu peito.
Uma permanência no alinhar dos vossos astros
Ou a contingência de quem aceite este meu jeito?

Por isso quero (e vou) deixar aqui descrito
Como curaste minha alma empedernida;
Pois quando andava, meu coração, assim proscrito:
Então surgiste: uma epifania em minha vida!

7 de ago. de 2011

Dentro de todo verso existe

Um certo jeito certo de se ler

Releio minha carne e alma riste

Não leio o que está fora do meu ser


Pretendo conhecer outra vitória

Não quero e não posso me perder

Não sinto outra coisa senão glória

Dentro desse meu eterno entardecer


Na verdade minha vida não é triste

Assim como poderia parecer

Por tanto meu vigor inda resiste


Aos infortúnios da miséria de viver

E meu eu, já não falido, cá insiste

Na vontade potente de amanhecer

4 de jul. de 2011

Ribeira menina na margem
Azul da retina sem tinta
Cloroplastos colorem a vargem
Que a nutre de forma distinta

Moleca de sorriso fácil
Pequena que cresce aos montes
Beirando o rio mais hábil
Cachoeira de biofísicas fontes

Ribeirinhos ficam na estrada
Sorvendo bioquímica solução
Seu barco é a ponte do nada
Sua água é a terra do chão...

24 de jun. de 2011

Castanhos-olhos-doce-de-leite.
Maduros-amarelados.
Como frutos prestes a cair e fermentar.

(enxergam na vida,
um desses explicar a outrem,
que cobranças são deslizes
empobrecidos e carentes
de fé
e de farto;
que se veja)

Por que tal felicidade?
Pra que tamanha angustia?
Tanto amargo em tanto
sugar...

Melhor arrumar algum projétil de vida,
Pra depois bagunçar alguma viva aplicada.

16 de jun. de 2011

Não me importa mais o teu passado.
Já não quero saber do que foi feito.
Não me assombra mais este teu jeito;
Mas confesso que estou demais cansado.

Do corpo teu, fazes tu, qual desfeito:
De brincar na carne triste do diabo;
E em tu’alma, meu espírito, tal coitado
Te banha com a porra quente do desejo.

Preenchendo-te a buceta em teu peito,
Num embrulho estomacal mal fadado.
De que adianta em tua cama ser eleito,
Se o nervo riste, anônimo, foi marcado.

9 de jun. de 2011

D'onde estou estudando agora
um som-de-plantas
abre um verde-ave.

(pra muitos, irritante...)

Há alguma luz-d'água que cai também entre folhas do céu monossilábico.

(tal mistura ilustre, ilustra lembranças embaçadas)

e penso em pássaros proparoxítonos;
e tenho as árvores proparoxítonas;
e quero ser belo, inteligente e eficiente como qualquer lâmpada;

24 de mai. de 2011

Garimpeiro menino me fita.
Espirro uma gema ametista!
Na noite que desacompanho:
Sou cobre, sou chumbo; estanho.


Estranho sentimento morto
com cheiro de fezes e arroto
em todo silêncio que sinto:
O ferro, o silício, o zinco.


Finjo que não vejo nada...
Saliente, dança a madrugada
pequena, sem consideração:
Nem ouro, nem prata: latão.


Então fujo do oriente médio.
Geólogo errante e ébrio
à mesa sem pernas que como:
Com níquel, titânio ou cromo.


Tomo nas mãos metal líquido,
que trago como soro antiofídico,
e recolho minh’alma insônio:
De mercúrio, alumínio e zircônio.

18 de mai. de 2011

(Para Douglas Mattos)

Meus terceiros sonhos da noite

Sempre foram regados a drogas e violência

Uma sensação de poder e impunidade que me toma

Podendo matar e estuprar sem culpas cristãs nem burguesas.


Ao despertar por completo do açoite

De meus oníricos festins à grandiloqüência

Sob a ducha fria e calculista que então me doma

Devo me masturbar carinhosamente como atrizes francesas.


Mas quando caio de meu mundo napoleônico

Percebo que sou orgânico demais

E não biônico!


Engulo atravessado comprimindo os meus ais

Da falha do meu projeto faraônico:

Ser mais capaz...

3 de mai. de 2011

quando prendo o ar inquieto,
é certeza que inspiro versos.
preciso da dúvida perdida
entre os presos incisos da vida...

quando solto o ar obscuro,
telúrico predador expiro;
busco a certeza perdida
pelos soltos caninos da vida...

pretendo ser eloquente.
ser presa entre teus dentes,
e dentre os dentes mantê-la à míngua.

da vida não quero nada,
só tê-la em mim quedada.
quem sabe assim mastigue tua língua;?

Dificilmente mudaremos nossas vidas

Mesmo que vidas se mudem de nós

Inventamos tantas regras pré-escritas

Que tais normas nunca nos deixam sós


Poucas vezes sonhei em ser liberto

Do cativeiro que me deixou apaziguado

Tentei dormir mas me queriam tão desperto

Que despertei e assim no mundo fui lançado


Não preciso reviver os meus conceitos

Necessito dos conceitos me livrar

Nunca tive conteúdo sem defeitos

Tenho efeito em fazer-te delirar

10 de abr. de 2011

Gosto de observar e analisar os corpos...

As cascas, as carapaças, as armaduras; os escafandros.

Masculinos e Femininos!

Pouco importa.

Panturrilhas. Ancas. Bíceps. Tríceps. Seios. Mãos. Nádegas.

Contemplo Humanos e Bichos; Machos e Fêmeas; Animais, Vegetais e Minerais.

A mim, algo importa...

16 de mar. de 2011

Sempre pensei que a felicidade fosse
uma rota sem rumo
no mundo inteiro...

A felicidade tosse uma fome da gota no Além-mundo.
O fim das coisas acho pequeno.
O fim das pessoas menor ainda.
Amo uma loucura que não desvendo e amei outra que já é finda!

(Sempre quis
que ser feliz
tivesse algo
de tudo que não tenho.)

Procurei demais essa bala perdida;
Agora sei por que desdenho!

15 de fev. de 2011

ATENÇÃO!!!

Lembrar que:

ela é muito maldosa!

Ela não se importa

com o que você

pensa ou sente.

Não esqueça de ser

gentil antes de partir,

pessoas más,

não sabem que são más;

ignorância...

Lembre:

ela não lhe quer,

não lhe gosta e

não lhe admira,

então fuja de tamanho desencontro.

Roubada!

7 de jan. de 2011

...

"Eu era meio impulsivo
...andava tão reprimido
falava pouco com as mãos...

Fiquei um tempo perdido
...não via em nada sentido
sentia grande ilusão..."