31 de jul. de 2019

Meu país é uma senzala continental.
Meu país é um imenso navio negreiro.
A polícia mestiça cuida dos pretos da capital;
E, mestiços hispânicos, dos pobres do povoeiro.


Meu país é uma capitania conceitual,
Onde se mata índio por qualquer dinheiro.
Por toda essa terra, espremidos pelo Capital,
Regamos o suco e o chorume do brasileiro.

Meu país é uma gigante Universal:
Igreja nefasta sem Deus no cumeeiro;
Pátria que reza pelas grades do prisional
Sistema alienante de fé no pastoreiro.

Meu país é uma vergonha internacional.
É lugar atrasado no mundo inteiro.
Aqui a justiça nunca foi imparcial
E a barbárie da elite vem em primeiro.

18 de jul. de 2019

I.
Ah, que alegria,
Potente seria,
Ser causa de si…

II.
Ninguém é o que (se) é
Até o fim dos (seus) dias.

III.
Filhotes nascem,
Infantes crescem,
Humanos adultos não amadurecem
E alguns deles nunca vão envelhecer.

IV.
Minha raça é minha prole ao nascer;
Meu dissabor é não ter fim essa quimera;

V.
O irascível no SONHO é a razão do SONO.

VI.
Todo desejo de consumo
Suplanta uma ação de pensar.

VII.
Toda relação de amor
Ao trabalho
É uma fetichização masoquista.

VIII.
Amor é fantasia daquilo que nunca é nosso!
Desejo é a anarquia daquilo que sempre será!

IX.
Ele saiu pra comprar cigarros
E ela não voltou nunca mais…

X.
Escrevo tolices todas as noites
Só pra de manhã
Perceber o todo
Que sou.