16 de ago. de 2022

 

As árvores devoram as águas e o ar

E se arvoram em nos devorar

Minha ânima é bruta

Meu corpo é vento

Entre as tormentas eu sou tormento.


As árvores devoram os vivos e os mortos

Cadáveres velhos de dentes postos

Minha xilema é bruma

Meu sangue é floema

Das raízes as folhas meu tronco é poema.


As árvores devoram o tempo a passar

Bem lentamente e sem mastigar

O tempo é a vaga

Ao vagar na ventania

Não tenho tempestade nem sou calmaria.

12 de ago. de 2022

Só é possível ser feliz sendo finito;

O infinito é o tédio em sua plena imperfeição.