As árvores devoram as águas e o ar
E se arvoram em nos devorar
Minha ânima é bruta
Meu corpo é vento
Entre as tormentas eu sou tormento.
As árvores devoram os vivos e os mortos
Cadáveres velhos de dentes postos
Minha xilema é bruma
Meu sangue é floema
Das raízes as folhas meu tronco é poema.
As árvores devoram o tempo a passar
Bem lentamente e sem mastigar
O tempo é a vaga
Ao vagar na ventania
Não tenho tempestade nem sou calmaria.