12 de dez. de 2017



Só há uma possibilidade de ser feliz: nem tento.
Só há uma maneira de agir-no-mundo: mudando.
Pra ser infeliz existe uma fórmula: não sendo.
Pra sair de casa só tem um jeito: mundano.

30 de nov. de 2017



Ano que vem,
Provavelmente,
Eu chegue aos 40.
Em junho festivo-intempestivo,
Talvez contemple,
Minhas 4 décadas como se fossem 80.
E que plena alegria tão juvenil me tomou de repente!
Beberei no intervalo:
Findou primeiro tempo
No meu jogo de 90.
O jogo reinicia,
Mas o fim é iminente,
Pois cabe ao Ser reencontrar seu Ente.

16 de nov. de 2017



Eu sei,
Todos sabem,
Que todo mundo
É...
É alguma coisa para a morte.
(não sei de quase nada, nem da morte.)...
Quieto,
Observo a vizinhança, e já,
Já nem me dirijo
Para não me acelerar
À morte.
Não dou mais conselhos a Seu ninguém...
Nem cumprimento formigas...
Não vou a enterros...
Nem reforço expectativas.
Mas sei nadar muito bem;
Menos nas águas
E na vida.

3 de out. de 2017



Sou teu cidadão.
Tu me rodeias e acrescentas
E em ti transito e transo,
E isso nunca me redime ou diminue.
Reduzir-me-ia se fosse eu mais um objeto abjeto do Estado;
Mas não,
Não sou tão gentalha da coisa pública assim.
Sou teu particular orgasmo;
Em tuas ruas, avenidas, morros, becos, vilas, praças, jardins, bairros e logradouros...
Sou teu cidadão tombado;
E na cidade que és tu:
Sou fé,
Virtude
E sorte.

3 de set. de 2017



Uma estrela explodiu naquela face,
Salpicando de cobre aquela derme,
Prateando alguns fios no fim da tarde;
Entre as maçãs e a narina, as efélides.

Ou seria cromossômica mutação?
Sendo o quarto cromossomo alterado,
Ajuntando melanina nesse estado,
Dando as células essa pigmentação?

Bem, prefiro a primeira teoria...
Que de estrela se clareia a cor do dia
E tua luz faz das estrelas castiçais.

Fecho a cortina pra tirar uma soneca,
Que meu gene e minha estrela é ser poeta,
Sendo à noite nossos corpos brilham mais.