27 de set. de 2011


(Para Dodô e todos aqueles que sabem o que é perder um ente querido.)

Novo poema

Nova página em nossas tripas
Todo verso é um parto das vísceras
É fácil escrever e expor os órgãos dos outros
Mas quando os tecidos são egóicos
Fica difícil desvencilhar

Belo estratagema
Outras penas em nossas línguas
Em todos os corpos têm uma íngua
É ruim espremer as glândulas dos mortos
E se esses cadáveres são estóicos
Bem mais fácil revelar

Feito cinema
Pouco acontece em nossas vidas
Vivemos os encontros e há despedidas
Ficções na entrada e documentários na saída
(sem focus...)

Sendo amáveis ou heróicos
É bacana de narrar

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