13 de mai. de 2010



Antes, muita asma, havia em mim
Uma impotência absurda ao respirar
Um vácuo insuportável a sufocar
Um passeio interrompido n'algum jardim...

Depois, em mim havia, bem pouca asma
Meu peito ainda inflava mui lentamente
Como um mergulho da superfície inda calma
Pras profundezas de tua alma contracorrente...

Durante, agora sei, faltou teus ares
Que aqui não coube então teu universo
E tudo isso me inspirou assim diverso
Trazendo-me desconfortos pulmonares...

No fim eu encontrei o meu remédio
Não contigo, nem sentigo: tão sozinho
Minha asma é um pássaro do meu tédio
Não tendo asas, fez de mim, meu próprio ninho...


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