2 de abr. de 2010


Apesar
Da velhice que me assombra
Da rabugice normal da idade
Da solitude comum com as pessoas
Da solteirice imposta e agora convicta...

Apesar
Da leveza macia da alma
Do pensamento rápido e sincero
Das conversas metafísicas de amigos
De toda honra, nobreza e hombridade...

Apesar
Das bebedeiras homéricas
Da decadência moral
Dos instintos reprimidos
Da espiritualidade latente
Da vitalidade pulsante
Da tresvaloração de todos os valores...

Apesar de tudo que forma
(e do nada que sou)
Do mundo que cerca
(e do além-mundo que me aguarda)
Ainda tenho um pouco de medo do escuro.