Espero estar menos tolo e mais limpo
Antes da estupidez
chegar.
Sei que infelizmente
Ou felizmente
Ela virá.
Demente como a
embriaguez
E as lágrimas
forçadas
Do fim de um
casamento sem traição:
A vida é assim: nem
se trai, nem se é traído;
A vida é tal qual
relacionamento
Que sempre termina
sem herança,
Sem separação de
bens
E sem juízo.
Sei que é preciso
aceitar o estranhamento
Da velhice e a
vizinhança da morte,
Como se fôssemos
estrangeiros
Numa rodoviária
Com a bagagem
Extraviada.
É impossível parar
o Tempo sem fuder a Eternidade.
Como não há o que
ser feito me farei um tanto bêbado,
Um pouco menos tolo
e quase sozinho,
Sem meu cão...
E quando a impávida
estupidificada chegar
Já não fará
diferença se tomei banho ou não.