1 de nov. de 2016



O som dos veículos na avenida ali da frente,
Veiculados em minha pele e minha mente,
Dá-me sopapos de meio-dia ao cochilar;
E o pio dos pássaros, neste momento, vem me calar.

A cor do vinho que cai em mim, tão de repente,
E o seu aroma que me fez ler tanta gente,
É tão tal coisa dos sabores olvidar;
Que em minha língua se dissolvem papilar.

O cheiro terno da buceta em minha cara,
Um paletó executivo tão bem quisto,
Na tensão pós-menstrual do fim do mês.

Não tenho carro, só tenho vinho e minha vara
Que me amarram como sendo o Benedito
Pré-requisito para viver meu ex-burguês.