29 de jul. de 2015


Em ocasião de visita ao poeta internado.

Hoje, justo hoje, nem sei que hora era
Comecei a sentir a boca anestesiada
Nesse dia fui rever Miró da Muribeca
E sonhei pra toda pereba uma pomada.

Eu digo hoje, porque logo hoje, era dia
De ir não recitar em canto algum
A boca mole na dormência adormecia
Baba dentro da fala do ziriguidum.

Mas quero deixar claro que foi hoje
Pois se fosse amanhã, também diria
Que a vida desse meu nego vale muito
E muito mais (ou menos) sua poesia.