29 de nov. de 2012


Para Galileu Galilei.

No meu córtex fervilham informações
E em minha colmeia borbulha o nectar
Eterna luta entre conteúdo e estética
Onde as causas se misturam as razões

E assim arrebentou-se toda ética
Em ecos retumbantes de audições
De egos relutantes em tradições
Mergulhei a raiva apagando a métrica

Emergem, então, pulsões vividas
Transformando toda vida em caos
Metamorfoseando o caos em cosmos

E nesse pensar de estrelas garridas
Sinto pena dos pequeninos maus
Como da ignorância dos grandes tolos

(Soneto fabricado em parceria com Maika Rosseau.)

4 de nov. de 2012


Eu me agarrava a ti
E era como se estivesse abraçado a um cadáver.

Tu te agarravas a mim
E era como se eu fosse tua bagagem.

Eu te pedia atenção
E você se perdia na estiagem.

Pensávamos sempre em fugir
E nunca encontrávamos paragem.

Eu não sabia mentir
E você já não tinha coragem.

Fiz uma música então
E teus olhos eram como duas margens.

Eu me perdi na sessão
E você se perdeu nas imagens.