29 de jul. de 2015

Em ocasião de visita ao poeta internado.

Hoje, justo hoje, nem sei que hora era
Comecei a sentir a boca anestesiada
Nesse dia fui rever Miró da Muribeca
E sonhei pra toda pereba uma pomada.

Eu digo hoje, porque logo hoje, era dia
De ir não recitar em canto algum
A boca mole na dormência adormecia
Baba dentro da fala do ziriguidum.

Mas quero deixar claro que foi hoje
Pois se fosse amanhã, também diria
Que a vida desse meu nego vale muito
E muito mais (ou menos) sua poesia.

7 de jul. de 2015

De Súbito!
De súbito, a racionalidade de um homem some como se nunca houvesse existido.
E o que existe?

Belas lembranças de momentos históricos, pairam na embriaguez de um não haver insistido.
E o que insiste?

Projeto ideias e vontades a respeito da espécie que faço parte e da qual desisto.
E o que não desiste?

A potência que agora exala de mim é a vida auto-afirmando a vida que suicido.
E o que não subsiste?
E o que não subsiste?

E o que não...