15 de jan. de 2015

Para o filme História Natural, de Júlio Cavani.

Reduzo as pontes desses trânsitos
Engulo a nocidade nessas pressas
Mastigo com caninos de felinos
Pedaços de teus bofes sem as pernas

Não uso bico nem a pra dizer
Que posso ter então alguma ideia
Mas fujo dessas grades sem saber
Qual bala no revolver inda me resta

No fim, de tão perto e espancado
Diria que sentei, pasmei suado
Desmaiei capotado no sofá

Sobrou-me a comeia desse banho
Proposta sobretudo de rebanho
Dirijo pr'outro filme à sonhar.


12 de jan. de 2015

Para São Zé do Egito

Pro Sertão eu retornei
Pra viver uma cantoria
Tanta coisa ali deixei
Tantas mais reencontrei
Tive paz e alegria

Pro Sertão do Pajeú
Volto sempre que puder
Não me alegra ir pro sul
Quero ver o céu azul
Olhos loiros de mulher

E se um dia Deus falar
(tão claro que eu possa ouvir)
Que o Sertão é meu lugar
Nunca mais vou xerocar
Dessa cópia minha matriz