27 de set. de 2011

(Para Dodô e todos aqueles que sabem o que é perder um ente querido.)

Novo poema

Nova página em nossas tripas
Todo verso é um parto das vísceras
É fácil escrever e expor os órgãos dos outros
Mas quando os tecidos são egóicos
Fica difícil desvencilhar

Belo estratagema
Outras penas em nossas línguas
Em todos os corpos têm uma íngua
É ruim espremer as glândulas dos mortos
E se esses cadáveres são estóicos
Bem mais fácil revelar

Feito cinema
Pouco acontece em nossas vidas
Vivemos os encontros e há despedidas
Ficções na entrada e documentários na saída
(sem focus...)

Sendo amáveis ou heróicos
É bacana de narrar

.

26 de set. de 2011

Fragmento de mim.
Morro frágil.
Poderia escrever um cio num conto de nós; e serias bela e promíscua como és de fato!
Mas preferes a predileção dos poucos que te comem e te idolatram como musa gay...
Sim, gostas de ser do desejo capenga e volátil dos que te esquecem.

Esqueço que me esqueces.

Pare de chorar como puta que cora na frente do SUS sem atendimento para cólica e me esqueça. – sonhei contigo chorando – [Chamei (duas vezes) minha cônjuge por teu nome.
Chorei pelas falhas de meus olhos que lacrimejam (inabsurdamentelacrimejaram) sem mandato...].
Toquei um amor e este estava podre. Ele {o amor} correu para o céu e eu estava pobre.
Minha voz se amofina e eu fico quieto; grito rouco: não vamos nos ver nunca mais...